AMAZONAS

Ano caminha para o fim deixando um rastro de morte e dor

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Apenas 52 dias nos separam de um novo ano. Como o tempo passou rápido  e como devorou tantas vidas… Muitos dos que amávamos não festejarão o Natal, nem verão os fogos do Ano Novo. Levados pela pandemia, eles deixaram um vazio difícil de ser preenchido.

Mas ficou um aprendizado e um alerta: entre a vida e a morte há uma tênue fronteira, uma cerca debilitada que pode ser rompida num instante. E a percepção de que o  minuto seguinte ainda não existe. Ele  chega aos poucos, alimentando sonhos distantes. Ou não chega nunca.

Estava pensando o que dizer para os leitores hoje, sem falar nos homicídios, na violência da cidade, no cinismo dos políticos, na ambição de empresários que lucram com a morte. Mas cometi o erro de olhar no retrovisor e perceber que, apesar da velocidade com que o ano caminha, as figuras que deixamos para trás, consumidas pela pandemia não desapareceram, nem se transformaram naquele pontinho distante que se desfaz na curva do tempo.

Elas estão infiltradas em nosso presente como misturas coloides que, se balançadas,  se revelarão em nossa carne que ainda dói  e em nossa alma que ainda sente.

Mas aprendemos muito neste ano que caminha velozmente para o fim: não podemos deixar para depois o que pode se feito agora: coisas simples que dão sentido à vida ou o que resta dela: abraçar os filhos, tentar ser os melhores pais, os melhores parceiros, os melhores amigos dos amigos.

Fonte: Portal do Holanda

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