MANAUS
Durante julgamento de médico, familiares pedem justiça por morte de pacientes em Manaus
De acordo com o advogado das famílias, Honorato teve o registro suspenso por 30 dias.
Durante o julgamento do médico Édson Ritta Honorato, investigado pela morte de dois pacientes, familiares e amigos das vítimas protestaram e pediram justiça em frente ao Conselho Regional de Medicina (CRM), em Manaus. De acordo com o advogado das famílias, Honorato teve o registro suspenso por 30 dias.
Édson Ritta Honorato é acusado de negligência médica durante o procedimento de implantação de balão gástrico nos pacientes Melina Seixas e Alan Braga, em 2022. Os dois pacientes morreram.
O primeiro julgamento no Conselho de Medicina é referente à morte da jornalista Melina Seixas. A família da vítima entrou com uma ação contra o médico na entidade. Com cartazes, familiares e amigos da vítima pediam justiça, em frente ao CRM, na noite de terça-feira (9).
Segundo o advogado da família, Raul Goes, o CRM aplicou a pena de suspensão do profissional limitado a 30 dias, pois a lei sobre infrações disciplinares de médicos estabelece que a pena máxima é de 30 dias e não pode ser aumentada.
Com a decisão do Conselho Regional, a defesa vai entrar com recurso no Conselho Federal de Medicina para a cassação do registro do médico.
“O Conselho tomou sua decisão por unanimidade e decidiu aplicar uma penalidade no profissional. Infelizmente, não foi a que nós esperávamos. […] Nós vamos recorrer pois dada a gravidade dos fatos, que é de conhecimento de toda sociedade, e nós entendemos que a penalidade tem que ser agravada, então, vamos buscar isso no CFM, em Brasília”, afirmou o delegado.
A decisão decepcionou a família de Melina, que esperava que o médico tivesse o registro cassado. Darlan Taveira Peres, marido da vítima, descreveu a dor de reviver o dia em que a mulher morreu. Ele pede justiça e espera que o médico seja punido.
“É um processo que é muito doloroso. Quanto mais se estende, parece que pior fica. Mas eu tenho a convicção de que a justiça será feita. Isso aqui é uma batalha e eu vim sabendo que seria a primeira batalha e terão outras ainda. E tenham certeza que eu estarei dentro da trincheira, lutando. E ele vai ser punido e eu tenho convicção disso”, disse.
A família de Alan também acompanhou, do lado de fora do CRM, o resultado do julgamento. Os familiares ainda aguardam o julgamento do processo da vítima.
“A gente quer pelo menos justiça. Que ele perca o direito de exercer a função de médico, porque para mim ele não é um médico, é um monstro. E que outras pessoas não venham passar pelo o que estamos passando, a família da Melina e do Alan”, disse Aquilles Braga, irmão da vítima.
Fonte e Foto: G1 Amazonas