MANAUS
Usuários de crac se concentram em quatro pontos do Centro de Manaus
O surgimento de cracolândias no Centro Histórico de Manaus ocorre em quatro locais. Além das praças da Matriz e dos Remédios, os dependentes também ocupam praça na Rua Quintino Bocaiúva, na saída da ponte do Educandos, e no trecho entre a Avenida Eduardo Ribeiro e Rua José Clemente, próximo ao Teatro Amazonas e ao Centro Cultural Palácio da Justiça.
Em pronunciamento na CMM (Câmara Municipal de Manaus) na semana passada, o presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), empresário Ralph Assayag, disse que o “Centro está fechando” e citou duas concentrações de usuários de crac: praças da Matriz e dos Remédios.
Na Eduardo Ribeiro, esquina com a Rua José Clemente, os comerciantes afirmam que a presença de dependentes químicos e de pessoas que vivem na rua inibem o trânsito de consumidores. Sem querer ser identificada, por medo de represália, uma comerciante disse que as vendas caíram em 90%.
A área foi “desocupada” no final de outubro, quando a concessionária de energia elétrica precisou podar os galhos das árvores, em razão da proximidade com a fiação, e acabou com a sombra na calçada. “Eles se deslocaram, uma parte para a [rua] José Clemente, outra parte para pontos aleatórios”, disse uma comerciante.
Uma das escadarias do Palácio da Justiça, que junto com o Teatro Amazonas forma um complexo de prédios históricos da época áurea da borracha do final do século XIX e início do XX, foi um dos lugares escolhidos pelos toxicômanos que perderam o abrigo sob as árvores.
A comerciante disse que em o movimento tende a melhorar, pois o imóvel desocupado que servia de dormitório para os dependentes químicos, passará a abrigar brevemente um ponto de atendimento da concessionária de água. A reativação do prédio foi confirmada pela Águas de Manaus. “A loja de atendimento no Centro deve migrar para esse ponto nos próximos meses”.
Processo inverso ocorre na cracolândia da Praça da Rua Quitino Bocaiúva, logo após a saída da ponte do bairro de Educandos. Após ação das autoridades policiais, os consumidores de crac foram removidos do lugar. Mas estão voltando.
Praças de igrejas
Na Praça da Matriz, um taxista que pediu para não ter o nome revelado, pois faz ponto diariamente na área, disse que “dificilmente a questão será resolvida, pois ele têm segurança por saberem que aqui [na Praça da Matriz], têm garantidos café da manhã, almoço e jantar”, distribuídos por entidades religiosas e de amparo social.
Ralfh Assayag disse que foram identificados no local 40 pessoas “em situação de zumbi”, em razão do consumdo de drogas, principalmente o crac. O empresário afirmou também que a Avenida Joaquim Nabuco atualmente está dominada por uma facção criminosa de venda de drogas e que muitos comerciantes optaram pelo fechamento dos estabelecimentos.
A praça em frente à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, também conhecida como Praça dos Remédios ou Escadaria dos Remédios, é a área mais temida. Ralph disse que as pessoas que transitam no lugar ficam impactadas.
Fonte: Amazonas Atual