POLÍCIA

Bolsonaro teria ajustado minuta de golpe de Estado, revela relatório da Polícia Federal

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria ajustado a minuta de golpe de Estado apresentada a ele por Filipe Martins e Amauri Feeres Saad. Segundo a Polícia Federal (PF), Bolsonaro teria feito ajustes no texto e retirado os pedidos de prisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

As informações constam no relatório da Polícia Federal (PF) que embasou a operação desta quinta-feira (8), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A ação mira aliados de Bolsonaro que teriam atuado numa tentativa de golpe de Estado para mantê-lo na Presidência após a derrota nas eleições de 2022.

“A análise e as discussões sobre o documento mais robusto apresentado por Filipe Garcia Martins Pereira teriam suscitado a convocação de uma série de reuniões pelo então Presidente Jair Messias Bolsonaro, inclusive para tratativas com militares de alta patente sobre a instalação de um regime de exceção constitucional. Mensagens encaminhadas por Mauro Cid para o General Freire Gomes sinalizam que o então Presidente Jair Messias Bolsonaro estava redigindo e ajustando o Decreto e já buscando o respaldo do General Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, tudo a demonstrar que atos executórios para um golpe de Estado estavam em andamento”, diz o trecho do relatório da PF citado na decisão do STF que embasou a Operação Tempus Veritatis.

“Conforme descrito, os elementos informativos colhidos revelaram que Jair Bolsonaro recebeu uma minuta de Decreto apresentado por Filipe Martins e Amauri Feres Saad para executar um Golpe de Estado, detalhando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e ao final decretava a prisão de diversas autoridades, entre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do Presidente do Senado Rodrigo Pacheco e por fim determinava a realização de novas eleições. Posteriormente foram realizadas alterações a pedido do então Presidente, permanecendo a determinação de prisão do Ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições. Nesse sentido, era relevante para os investigados monitorarem o Ministro Alexandre de Moraes para executarem a pretendida ordem de prisão, em caso de consumação do Golpe de Estado”, afirma a PF em outro trecho do documento.

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