AMAZONAS
Assessores de deputada que moram no Canadá e Portugal são exonerados da Aleam
Rosemary Cunha Martins, ex-mulher do ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro, e Ryan Gabriel Silva, marido de Karen Pinheiro, irmã da deputada Mayara Pinheiro, eram assessores desde fevereiro deste ano no gabinete da deputada, mesmo morando fora do país e foram exonerados dos cargos de comissionados do gabinete da deputada.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da Assembleia Legislativa do Amazonas desta quarta-feira (12). A exoneração tem efeito imediato.
Mais cedo, a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) afirmou que iniciou a apuração da denúncia de que servidores fantasmas lotados no gabinete da deputada estadual Mayara Pinheiro (Progressistas) moram no exterior.
“A respeito da denúncia de servidores que não residem no Brasil, a Assembleia informa que tomou conhecimento do assunto no dia de hoje (quarta-feira), que está averiguando as informações e tomará as providências cabíveis quanto ao caso”, informou.
A denúncia foi apresentada ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM) nesta quarta-feira formalizada por Raione Cabral. De acordo com a denúncia, os funcionários moram em Toronto, no Canadá e Portugal. A ALE-AM disse que tomou conhecimento da irregularidade ontem. O caso foi divulgado no programa Manhã de Notícias, da Rádio Tiradentes.
Rosemary Cunha Martins, ex-mulher de Adail Pinheiro, pai de Mayara Pinheiro, reside em Portugal, conforme a denúncia apresentada. A nomeação de Rosemary no cargo de assessora de diretoria 8 CC-11 consta eletrônico da Assembleia Legislativa do Amazonas na edição do dia 26 de fevereiro deste ano (Edição nº 1643).
A queixa-crime aponta ainda que Ryan Gabriel Silva, marido de Karen Pinheiro, irmã da deputada, mora em Toronto. Ryan foi nomeado como assessor de diretoria 4 CC-7 no dia 25 de fevereiro. Nas redes sociais do casal, é possível verificar ambos posando em fotos no exterior. Em uma das fotos, Karen aparece na cidade de Toronto.
Questionada sobre o controle de ponto e da prestação de serviços dos servidores comissionados, a ALE disse que está funcionando no sistema híbrido, com parte dos servidores atuando em home Office, e parte presencial, de acordo com o Ato da Mesa Diretora nº 003, de 04/02/2021.
Registrou também que a presença de servidores lotados em gabinetes parlamentares é de estrita responsabilidade dos deputados. Perguntada por que não publica a lista salarial nominal na internet, como os demais órgãos como manda a Lei de Transparência, a ALE informou que um novo portal está em processo de construção e irá atender a essa demanda.
A Assembleia ocupou a última colocação no ranking de transparência dos poderes estaduais de 2020 elaborado pelo Ministério Público de Contas do Amazonas (MPC), órgão da estrutura do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE). A gestão do ex-presidente da Casa Josué Neto foi classificada como deficiente, com a pontuação 28,5%, no critério de publicidade e transparência da aplicação dos recursos públicos na internet.
A reportagem procurou o novo presidente da ALE, deputado Roberto Cidade (PV), para saber se ele apoia a publicação da folha de pagamento dos funcionários da Casa e quando a tornaria pública e aguarda o retorno da assessoria. A assessoria de Mayara Pinheiro não retornou os pedidos de resposta da reportagem. O espaço continua aberto para manifestação
Fonte: Acritica