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Vereadores pedem transferência da Rodoviária de Manaus para aeroporto

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Sujeira, desconforto e falta de espaço. Essas são algumas palavras utilizadas por usuários da capital para descrever as atuais condições do Terminal Rodoviário de Manaus. Inaugurado em 1980, o local atende cerca de 34.600 mil passageiros por mês, e tem sido pauta entre parlamentares do Amazonas há anos, porém sem soluções concretas.

Na última semana, a tribuna da Câmara Municipal de Manaus (CMM) mais uma vez foi palco para discursos pela necessidade de mudanças. Membro da Comissão de Transporte, o vereador Rosivaldo Cordovil (PSDB) fez uma indicação à Prefeitura de Manaus e ao Governo do Estado para a transferência da rodoviária para os entornos do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.

De acordo com o parlamentar, a mudança poderia ser implementada na área do Terminal 2 do aeroporto, mais conhecido como “Eduardinho”.

“Melhorias no transporte público não dizem respeito apenas à estrutura dos ônibus, mas também a uma rodoviária acolhedora, limpa e que traga segurança ao usuário. (A atual estrutura) não condiz com nossa realidade. Somos a oitava cidade mais importante do país e precisamos estar na vanguarda do avanço das grandes metrópoles. O aeroporto é uma área central, com diversas saídas para rodovias, como a AM-010 e a BR-174. Além disso, muitos municípios próximos seriam beneficiados – Novo Airão e Manacapuru, por exemplo”, argumentou Cordovil.  

Principais afetados pelas condições da Rodoviária, os passageiros também protestam por melhorias há anos. Para  a manicure Islene Maia, que frequentemente viaja para visitar a família no município de Lábrea, o terminal apresenta vários pontos negativos.

“A estrutura é de péssima qualidade. É a rodoviária mais feia que já vi! Por ser uma capital, Manaus deveria contar com uma rodoviária bem estruturada, mas infelizmente não é a realidade. É um local totalmente desconfortável para o aguardo das viagens”, afirmou.

“O local é de difícil acesso, pois o fluxo de carros da Djalma Batista é muito intenso, e a área do estacionamento não é cobertura ou tem vagas suficientes. A transferência para o aeroporto seria uma ótima ideia. É um lugar que possui bastante espaço, e com certeza isso traria um maior conforto aos usuários”, explicou a autônoma.

Movimentações políticas

Outros vereadores da Câmara também são favoráveis à proposta. É o caso de Wallace Oliveira (Pros), também membro da Comissão de Transportes.

 “As obras de infraestrutura viária, geralmente, são obras de grande porte e que envolvem estudos realizados por diferentes tipos de profissionais, em longos períodos de tempo, para que haja melhoria prática para a população. Mas é fundamental que a obra seja executada de forma a gerar melhoria efetiva, sem a necessidade de ajustes posteriores. Cabe agora ao Executivo pesquisar a respeito de contratos e privatizações para saber se é possível. Votarei positivamente caso o projeto chegue na CMM”, declarou Oliveira.  

Além da alternativa, outros aspectos de mudança no transporte público foram apontados nesta semana. Para o vereador Rodrigo Guedes (PSC), a capital também precisa de atenção em diversos pontos envolvendo mobilidade urbana.

“Precisamos pensar em modais alternativos para a cidade, como infraestrutura cicloviária adequada e passarelas com acessibilidade nas avenidas, como Djalma batista, Torquato Tapajós e Constantino Nery. Ao mesmo tempo, é preciso que se pense na construção de abrigos de ônibus para os usuários do transporte coletivo”, disse Guedes, em entrevista ao Em Tempo.

Apesar do foco em rotas intermunicipais e interestaduais, a rodoviária também atende linhas para Caracas, na Venezuela. Após o movimento de imigração em massa do país, por conta da crise política e econômica, muitas famílias em situação de vulnerabilidade social encontraram abrigo no local. 

Ainda em 2019, o vereador Sassá da Construção (PT) protocolou uma indicação ao Governo do Estado solicitando uma revitalização na área, bem como melhor atenção ao grupo de refugiados.

  “A rodoviária não oferece atendimento decente à população, e a primeira impressão do turista, com certeza, é negativa. A estação está abandonada. Além disso, o terminal está servindo de abrigo irregular para imigrantes da Venezuela. São crianças, mulheres grávidas, jovens e até famílias. Temos que mostrar uma solução e ajudar esse povo”, enfatizou Sassá, à época.  

Possibilidade de implementação

Após grande ampliação em obras de infraestrutura pública nos últimos meses, a Prefeitura de Manaus também sinalizou interesse na transferência da Rodoviária de Manaus para outra localidade. A alternativa, no entanto, seria a estrutura do Terminal 6 da capital, localizada no Bairro Viver Melhor. 

De acordo com o engenheiro civil Robson Ferreira, coordenador de obras públicas do Conselho Regional de Engenharia do Amazonas (CREA-AM), a conexão entre modais de transporte seria essencial para promover infraestrutura na capital. 

“Criar um Terminal de Passageiros do transporte intermunicipal/interestadual, em conexão com a operação aeroportuária, é uma ideia muito oportuna. Contudo, há de se levar em consideração que, recentemente, as instalações do Aeroporto de Manaus foram objeto de concessão à iniciativa privada e, neste caso, é necessário verificar qual o planejamento do local com futura concessionária”, explicou o profissional. 

Ainda segundo Ferreira, a concretização do projeto também depende da análise de diversos aspectos técnicos.

“Nesse sentido, importante verificar a viabilidade técnica e operacional – uma vez que o setor aeroportuário tem rígidas regras no seu entorno –, a questão do impacto no tráfego da Av. Santos Dumont, a forma de conexão entre os modais, dentre outros aspectos técnicos”, afirmou.

Fonte: Em Tempo

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