POLÍCIA
Marido que matou mulher com 20 facadas é julgado em Manaus
Acusado de matar a esposa Thainara Barbosa Silva, com 20 facadas, Bruno Henrique da Silva está sendo julgado pelo crime nesta quarta-feira (25), no Plenário do Tribunal do Júri, no Fórum Ministro Henoch Reis. O caso aconteceu no dia 1º de abril de 2019 e foi presenciado pela filha do casal, que tinha 3 anos na época.
O julgamento, que começou às 8h da manhã, tramita sob segredo de Justiça e, em razão das medidas de prevenção à covid-19, participam da sessão apenas as pessoas diretamente envolvidas no ato processual (magistrado, representantes da acusação e da defesa, o réu, testemunhas, servidores do Júri e jurados).
De acordo com o artigo 447 do Código de Processo Penal, o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri compõe-se de sete jurados. Pouco antes da sessão, ocorreu o sorteio dos jurados, dentre os 25 nomes notificados previamente pela Vara para comparecer ao plenário.
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Bruno Henrique Silva, pelo crime de feminicidio e nesta sessão terá três testemunhas. A defesa não indicou nenhuma testemunha.
Família manifesta e pede por justiça
Com frases como “Ele te calou e agora nós somos a sua voz” e “Justiça por Thainara”, os familiares da vítima, que tinha apenas 22 anos na época, estiveram em frente ao Fórum e pediram pela pena máxima ao acusado. Eles desmentem a versão da defesa de Bruno, que afirma que ele tinha problemas psiquiátricos e agiu em um momento de surto.
“O que a gente espera é que seja feita a justiça da terra. Que ele seja condenado e que ele pague pelo crime que cometeu. Que não venha apresentar nenhum laudo para ser inocentado, ele nunca apresentou nenhum problema psiquiátrico. Quem vai apresentar é a filha dele, que tinha três anos na época e presenciou o pai matando a própria mãe”, afirmou Lindiane, a tia da vítima.
Ela ainda afirma que a menina, com cinco anos de idade atualmente, apresenta trauma do que vivenciou. Ela acorda durante a madrugada assustada e só consegue dormir quando a avó materna a acalma, abraçando-a até dormir.
A tia ainda afirma que a família só soube que a menina presenciou o crime um mês depois do caso. A criança demonstrou a uma psicóloga, por meio de bonecos e ursos, como o pai tinha matado a mãe. Os familiares ficaram ainda mais desolados com a descoberta.
“Ela fazia acompanhamento com a psicóloga e reproduziu como pai fez com a mãe, com bonecos e com ursos. Então, foi um choque muito grande para a família descobrir isso. É revoltante e a gente quer que ele pague pelo o que fez com a nossa sobrinha e com a própria filha”.
O assassinato aconteceu na casa do casal, localizada na rua Felismino (antiga rua 27), no conjunto Belvedere, bairro Planalto, na Zona Centro-Oeste da capital. Vizinhos contaram à polícia que ouviram a briga do casal dentro da residência.
Thaianara ainda foi socorrida e levada ao Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Alvorada, na Zona Centro-Oeste, onde chegou sem vida.
Bruno recebeu voz de prisão após se entregar no 10° Distrito Integrado de Polícia (DIP) no dia 2 de abril. Acompanhando de um advogado, Bruno Henrique confessou a autoria do crime.
Fonte: Em tempo