AMAZONAS
Sem manutenção, BR-319 no AM tem trechos danificados, rachaduras e crateras no asfalto
Motoristas que trafegam pela estrada têm que ter muita atenção, pois há rachaduras que estão quase no meio da pista.
Devido a cheia recorde que atingiu o Amazonas em 2021, alguns trechos da rodovia BR-319 que ficaram alagados estão com rachaduras. Os motoristas que trafegam pela estrada têm que ter muita atenção, pois há rachaduras que estão quase no meio da pista.
No trecho entre Manaus e a cidade de Careiro Castanho, a 124 quilômetros da capital, as primeiras rachaduras aparecem logo no quilômetro 17. Apenas um cone sinaliza o local. Já no quilômetro 20, a pista começa a ceder e, no quilômetro 23 já é possível observar rachaduras com mais de 10 centímetros e sem nenhuma sinalização.
O motorista de ônibus Heberson da Silva Souza conta que dirigir na região se tornou um grande perigo.
“Para a gente, é um grande perigo que estamos correndo. Tem muitas áreas na BR-319 em que estão abrindo grandes crateras e, até agora, nenhuma providência foi tomada ainda”, afirma
No quilômetro 25, no limite entre os municípios de Careiro da Várzea e Careiro Castanho, a situação se repete. Os carros conseguem passar apenas por um pequeno espaço no acostamento. Na altura do quilômetro 35, os motoristas precisam trafegar pela contramão.
- BR-319: Rodovia que liga Manaus a Porto Velho está praticamente intrafegável há mais de 30 anos
O agricultor Edmar dos Santos Andrade mora na região há mais de 10 anos e teme ficar isolado.
“Já era difícil, porque aqui tudo é muito caro, porque vem de fora. E com a estrada deste jeito, interditada, cada vez fica pior para gente”, disse.
Na entrada da BR-256, estrada que dá acesso ao município de Autazes, a agricultora Francisca Caetana de Oliveira também está preocupada.
“Até para levar os produtos também. É difícil, muito difícil”.
No quilômetro 37, as crateras que se abriram desde a última cheia estão engolindo a pista. E no quilômetro 45, um trecho está interditado porque um bueiro cedeu com a força da água e precisa ser trocado.
Com uma comunidade grande de agricultores ao longo da rodovia, o escoamento das produções é um desafio. Alguns trechos da rodovia foram recuperados, mas a maior parte da estrada necessita de reparos.
Segundo o Dnit, a atual condição da rodovia é resultado da cheia recorde que atingiu o estado, mas com os rios baixando há pouco mais de dois meses, pouca coisa mudou.
Em nota, o Dnit informou que os trechos do km 26 ao km 30, já estão recebendo os serviços de recuperação dos trechos.
Asfalto apresenta rachaduras e cede na BR-319 — Foto: Reprodução
Interdições
Por causa das crateras, a estrada chegou a ter o trânsito de veículos interrompido pelo menos duas vezes neste ano.
Em setembro, o asfalto cedeu na altura do quilômetro 118, perto de Careiro Castanho. Em agosto deste ano, uma cratera se abriu e interditou a rodovia BR-319, quando o asfalto cedeu na altura do quilômetro 29.
BR-319
Inaugurada em 1976, a BR-319 é a única rodovia que liga Manaus a Porto Velho e é conhecida pelas péssimas condições. Tem mais de 800 quilômetros de extensão, porém somente os segmentos localizados próximos às capitais estão asfaltados.
Há trechos não pavimentados que causam prejuízos a quem necessita trafegar pela estrada. As alternativas à rodovia são o transporte aéreo ou por barco, em uma viagem que dura quase uma semana.
Fonte: G1