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Hapvida tem destaques importantes quando comparada às demais seguradoras e operadoras de saúde

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A Fitch Ratings afirmou os Ratings Nacionais de Longo Prazo ‘AAA (bra)’ da Hapvida Participações e Investimentos S.A. (Hapvida) e de sua controlada indireta BCBF Participações S.A. (BCBF).

A agência também afirmou os Ratings Nacionais de Longo Prazo ‘AAA (bra)’ das primeira, segunda e terceira emissões de debêntures da Hapvida, e das quarta, quinta e sexta emissões de debêntures da BCBF, todas da espécie quirografária. A perspectiva dos ratings corporativos é estável. A agência justifica que essa perspectiva está relacionada a expectativa de sinistralidade da operadora este ano.

A Hapvida é uma operadora verticalizada de planos de saúde e odontológicos, presente em 19, dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal. A empresa possui rede própria assistencial, composta por 87 hospitais (5,8 mil leitos operacionais), 329 clínicas, 76 unidades de pronto-atendimento e 275 laboratórios ao final de setembro de 2022. O grupo possui em torno de 63,7% de suas ações em circulação no mercado, com 36,3% pertencentes à holding PPAR Pinheiro Participações S.A. (ex-controladora da Hapvida).

O relatório da agência de classificação de risco destaca que a liquidez e flexibilidade financeira da Hapvida são fortes e atuam como importantes fatores de suporte do rating.

Desafio

Mas a operadora tem o desafio de reduzir os índices de sinistralidade, fortalecer as margens operacionais e reduzir a alavancagem líquida para patamares abaixo de 2,5 vezes. O rating incorpora um aumento da alavancagem líquida em 2022, incompatível com o rating, com expectativa de redução para cerca de 3,0 vezes em 2023 e inferior a 2,5 vezes em 2024. A expectativa de queda da inflação e a recomposição de preço nos contratos, assim como a flexibilidade da companhia em reduzir seus investimentos, também serão fundamentais para reduzir a alavancagem. A Fitch não vê espaço a curto prazo para novas aquisições financiadas por dívida, que, caso ocorram, podem pressionar os ratings.

A perspectiva estável incorpora a expectativa de redução da sinistralidade em 2023, resultando no fortalecimento da geração de caixa e das margens operacionais da Hapvida, bem como a retomada de FCFs positivos.

O rating da BCBF foi equalizado ao da Hapvida, devido aos altos incentivos estratégicos e operacionais entre as companhias e ao incentivo de suporte legal médio.

A Fitch avaliou que a geração operacional de caixa da Hapvida tem se mostrado mais vulnerável e o fortalecimento da geração operacional de caixa e das margens operacionais da companhia deve ocorrer de forma mais gradual que o inicialmente esperado, em função da expectativa de menor velocidade de queda dos índices de sinistralidade. A expectativa é que a Hapvida gere um Ebitda, excluindo os efeitos de IFRS-16, de R$ 3,4 bilhões em 2023, com margem de 12,3%, ante R$ 2,3 bilhões e margem de 9,8% esperados para 2022.

Projeção

A médio prazo, a companhia deve operar em um patamar de rentabilidade entre 14%-16%, mais alinhados à média histórica pro forma. O cenário-base incorpora sinistralidade-caixa de 72,7% em 2022 e de 71,0% em 2023, que se comparam, em bases pro forma incluindo a NDI, a 73,1% em 2021 e 65,7% do período pré-pandemia (2017 a 2019). A recomposição de preços dos contratos e a redução esperada da inflação a partir de 2023 deve diminuir o descasamento entre custos e receitas, que impactou fortemente a geração operacional de caixa e margens das empresas do setor no biênio 2021-2022.

“O rating da Hapvida incorpora os fortes fundamentos de demanda do setor de saúde, apoiados no envelhecimento da população e no potencial de expansão da taxa de cobertura dos planos em relação à população, atualmente em 25%. Os avanços em diagnósticos e tratamentos de doenças e a carência de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) também suportam a procura pelo setor privado”.

A agência explica que os movimentos de consolidação e verticalização no setor devem aumentar a concorrência a médio prazo. Diante deste cenário, as operadoras de saúde precisam manter o controle de seus índices de sinistralidade, de modo a preservar sua rentabilidade, considerando, ainda, um ambiente de regulação de preços e coberturas de serviços pela Agência Nacional de Saúde (ANS).

Segundo a Fitch, a estratégia de crescimento da Hapvida se compara à da Rede D’Or e à da Dasa, que inclui forte componente de aquisições. Historicamente, Rede D’Or e Dasa carregam maior alavancagem por serem mais intensivas em capital que a Hapvida. No entanto, as três empresas possuem importantes desafios para reduzir seus índices de alavancagem, a fim de evitar pressões nos ratings. Todas as três empresas apresentam forte perfil de liquidez e elevada flexibilidade financeira, com comprovado acesso ao mercado de capitais.

Caixa

Em 30 de setembro de 2022, o caixa e as aplicações financeiras, líquidos dos montantes vinculados às obrigações regulatórias junto à ANS, somavam R$ 1,9 bilhão. No mesmo período, a dívida total de R$ 11,4 bilhões era composta basicamente por debêntures (83%) e Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs, 9%). Os CRIs, no montante de R$ 1,0 bilhão, emitidos em dezembro de 2022, reforçaram o caixa da companhia, sendo suficientes para honrar suas amortizações de dívida de R$ 2,5 bilhões até o final de 2023. A companhia possui R$ 1,4 bilhão de dívidas com vencimento em 2024.

Fonte: Monitor Mercantil

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