Fumaça em Manaus: Queimadas na Região Metropolitana Afetam Qualidade do Ar

O doutor em Meteorologia e idealizador do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva), Rodrigo de Souza, aponta que a recente redução da qualidade do ar em Manaus é resultado de incêndios na região metropolitana. O programa Selva monitora queimadas e a qualidade do ar na área, constatando níveis acima de 25 MP (material particulado), indicando uma qualidade ‘moderada’ do ar na capital.

De acordo com Souza, não há influência de Roraima nessa situação. O estado tem concentrado a maior parte dos incêndios florestais ocorridos em fevereiro, conforme evidenciado por imagens divulgadas pela Nasa, que relaciona os incêndios à atividade humana, principalmente para fins agropecuários.

A Amazônia brasileira registrou 3,1 mil focos de incêndio em fevereiro, o maior número já observado para este mês desde 1998. Destes, 45% ocorreram em Roraima, enquanto o Amazonas acumulou 142 focos, o terceiro pior resultado para o mês desde o início da série histórica. A região metropolitana de Manaus se destaca, com seis dos dez municípios com mais queimadas no período.

O aumento das queimadas na Amazônia é atribuído por Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace, a uma combinação de fatores, incluindo os efeitos persistentes do El Niño e as mudanças climáticas. Batista destaca a necessidade de considerar as características únicas de Roraima em relação aos demais estados amazônicos, como a temporada mais quente e seca entre dezembro e abril.

Ele também aponta a mobilização dos servidores do Ibama e do ICMBio, que têm realizado paralisações temporárias na fiscalização em busca de melhorias salariais e de carreira. Essa interrupção parcial pode afetar o combate ao desmatamento e às queimadas ilegais na região, segundo Batista.