INTERNACIONAL
‘Só por Deus não morremos’, conta alpinista que liderou resgate de Juliana Marins na Indonésia
Agam pediu desculpas por não ter conseguido trazer Juliana com vida, e disse ter dado seu máximo
Alpinista profissional que liderou a ação de resgate do corpo da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, Agam disse que quase morreu durante os trabalhos. Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, ele se juntou à influenciadora local Sinta Stepani, que traduziu as falas do alpinista para o português.
Agam Rinjani, como é conhecido por ter experiência em trilhas no Monte Rinjani, contou que ele e a equipe desceram mais de 600 metros para dentro do vulcão, e que precisaram dormir pendurados em cordas, enquanto pedras caíam do penhasco.
De acordo com ele, o suporte de ferro montado para segurar as cordas tombou algumas vezes, provocando ainda mais erosão. “Várias vezes ele falou que o suporte que estava lá no topo desabou. Isso provocou a queda de pedras, caída de areia, desceram várias vezes. Só por misericórdia de Deus que eles não morreram, porque caíram várias vezes e foi tenso demais.”
Agam machucou a perna devido ao impacto das pedras. Para ele, a evacuação do Monte Rinjani foi a mais difícil que já fez. A equipe acampou na beira do precipício, a cerca de 60º, por causa do mau tempo. A chuva, o frio e a neblina também pioraram a situação, e eles estavam sem comer.
Agam e outros voluntários dormiram pendurados em cordas durante resgate
Foto: Reprodução/Instagram
“Pelo mau tempo eles não conseguiram, mas não podiam mais subir de volta com a Juliana. Então, eles tiveram que ficar lá embaixo, praticamente estavam pendurados mesmo, com cordas assim, junto com a Juliana, para assegurar que ela não descesse e ninguém descesse, porque todo momento tinha pedra caindo. Então, havia duas chuvas, chuva de verdade e de pedra”, explicou.
O alpinista detalhou que quatro helicópteros tentavam chegar ao local onde a equipe de resgate estava instalada, mas as condições climáticas não permitiam. Agam afirmou que o processo de evacuação começou às 6h e terminou apenas às 15h – no horário local. O corpo de Juliana e os socorristas precisaram subir lentamente por causa das pedras que caíam.
Ao fim da live, ele pediu desculpas por não ter conseguido trazer Juliana com vida e garantiu que deu seu melhor no resgate.
Em um post, a família de Juliana Marins agradeceu Agam e aos outros voluntários por todo o trabalho de resgate do corpo da brasileira. “Foi graças à dedicação e à experiência de vocês que a equipe pôde finalmente chegar à Juliana e nos permitir, ao menos, esse momento de despedida. O gesto de vocês jamais será esquecido”, escreveram. Os agradecimentos também se estenderam aos outros socorristas que participaram da ação.
Fonte: Redação Terra