POLÍTICA
Deputado Sinésio Campos exige a reestatização da Amazonas Energia
Único deputado do Partido dos Trabalhadores (PT) no Amazonas, Sinésio Campos defendeu nesta quinta-feira a reestatização da Amazonas Energia durante debate sobre as conseqüências da privatização da empresa ocorrido no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). “O prejuízo que a privatização causou ao nosso estado se reflete na situação que temos hoje, bem como identificamos cobranças indevidas aos consumidores. Como a empresa não teve competência, ela precisa retornar à União. Critico uma privatização vendida por R$50 mil reais em 2019, o que não é nem o preço de um carro popular e agora mostra um descaso. Por três vezes aqui mesmo na tribuna já faltou energia, mas aqui nós temos gerador próprio e no interior como está?”, questionou o parlamentar.
Sinésio também mencionou a instalação do Sistema de Medição Centralizada (SMC), que resultou em uma grande polêmica, por não permitir que o consumidor acompanhe o consumo, além de relatos de aumento significativo no valor da conta de energia. “Essa empresa chamou todos nós de criminosos. O Amazonas é feito de mulheres e homens de bem”, completou.
A fala faz referência à campanha publicitária da companhia, considerada como um conteúdo ofensivo ao usar o slogan: “Quem é contra o medidor, é a favor do crime”. O caso foi levado ao Ministério Público do Estado (MP-AM), pela Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), que após intervenções, retirou a campanha do ar.
O presidente do Sindicato dos Urbanitários do Amazonas (Stiuam), Josehirton Albuquerque, explicou que a privatização de setores estratégicos, como a concessão de distribuição de energia elétrica, não funcionou, pois não visam o desenvolvimento do Estado e sim o lucro dos acionistas. “Claramente, a situação da Amazonas Energia somente trouxe prejuízos aos trabalhadores da empresa e aos consumidores, principalmente no interior do estado.Infelizmente, apesar de toda luta, a privatização aconteceu, mas os trabalhadores fizeram seu papel, denunciando e alertando para as consequências que a população iria sofrer com a precarização dos serviços e o aumento da tarifa de energia”, completou.
O coordenador do Intersindical Norte (Sindinorte), Wellington Araújo Diniz, falou sobre os impactos no Amazonas causados pela privatização da Eletrobrás. “A privatização da Eletrobrás se deu sem ouvir os estados afetados, sem debater as particularidades de cada estado. O primeiro passo é aproveitar a caducidade da concessão da Amazonas Energia para pedir o Governo Federal a intervenção nessa empresa. É possível fazer essa reversão de privatização, modernizar a gestão e tornar a empresa lucrativa e eficiente”, finalizou.
Sinésio Campos criticou a má qualidade do serviço oferecido pela concessionária de energia ao mencionar picos de luz na própria assembleia. ele também lembrou do leilão da empresa Amazonas Energia, arrematada em 10 de dezembro de 2018 pelo consórcio formado pela Oliveira Energia, empresa que opera nos Sistemas Isolados na Região Norte, e a distribuidora de petróleo Atem.
O grupo foi o único a apresentar uma proposta que apresentou aporte inicial de R$ 491,4 milhões, além de pagar os R$ 50 mil pelas ações definidas por edital pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A empresa assumiria ainda a dívida de R$ 2,1 bilhões da empresa.
Fonte: A Crítica