MANAUS
Disputa de terra em Manaus: Hospital Santa Júlia retoma posse após decisão judicial
Na manhã de segunda-feira (18), o Hospital Santa Júlia recuperou a posse de uma área na Zona Oeste de Manaus, conforme decisão da juíza federal Jaiza Fraxe, emitida em 11 de dezembro. A área, anteriormente ocupada por aproximadamente 200 famílias da Comunidade Indígena Nusoken, no bairro Tarumã, foi desapropriada.
A decisão judicial ressaltou que a invasão não tinha vínculo com causas indígenas e confirmou a titularidade do Hospital Santa Júlia sobre a propriedade desde 2007. A operação de desocupação, com o apoio da Polícia Federal e forças de Segurança Pública do Estado do Amazonas, começou após oito meses de ocupação pelas famílias, com retroescavadeiras utilizadas para demolir as moradias, em grande parte construídas com materiais como madeira.
Entretanto, a liderança indígena, representada por Walmira Batista, da etnia Kokama, contesta essa decisão. Ela afirma que a terra pertence à comunidade indígena, mencionando que há documentos que comprovam a posse da área por eles. Batista expressa preocupação com o destino das mais de 250 famílias afetadas, ressaltando que não têm para onde ir e que muitos estão se dirigindo à Funai por falta de opções.
“Essa terra é indígena, é nossa. Tem algum documento falso que a juíza não está vendo isso, eles querem essa terra para fazer shopping. Tem 250 famílias aqui sem ter para onde ir, estão todos sair daqui para ir lá para a Funai porque não tem para onde ir. Eu não sei se essa juíza está sendo comprada. Ela nem leu o documento apenas assinou”, disse Walmira Batista, líder indígena.