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Justiça Concede Liberdade Provisória a Técnico Português Preso por Suspeita de Injúria Racial

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O Tribunal de Justiça da Bahia concedeu nesta quarta-feira (10) liberdade provisória ao técnico português Hugo Miguel Duarte Macedo, treinador do time feminino do JC Futebol Clube. Ele havia sido preso em flagrante na última segunda-feira (8) por suspeita de injúria racial contra a zagueira do Bahia, Suelen Santos. O incidente ocorreu após a partida entre os dois clubes pelas quartas de final da Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino, no Estádio de Pituaçu, em Salvador.

Decisão Judicial

Após a audiência de custódia, a juíza Marcela Moura França determinou várias medidas cautelares para a soltura do treinador. Entre as condições estão o pagamento de fiança no valor de 30 salários mínimos (equivalente a R$ 42 mil) e o compromisso de manter uma distância de pelo menos 200 metros da vítima, Suelen Santos. O técnico, de 44 anos, também deve comparecer a cada dois meses em juízo por um ano e não pode se ausentar de Manaus (AM), onde reside, sem prévia permissão da Justiça.

O Incidente

Na noite da última segunda-feira (8), após o jogo de volta das quartas de final da Série A2, o time feminino do Bahia comemorava o acesso à Série A1 do Brasileiro em 2025. A partida terminou empatada sem gols, mas o Bahia, conhecido como “Mulheres de Aço”, se classificou às semifinais após vencer o primeiro jogo por 2 a 0.

Durante a comemoração, houve um bate-boca entre jogadoras do Bahia e Hugo Duarte, técnico do time amazonense. Suelen relatou à árbitra que foi alvo de xingamentos racistas por parte de Duarte. A Polícia Militar foi chamada ao estádio e encaminhou Suelen, Duarte e testemunhas à Central de Flagrantes, onde o boletim de ocorrência foi registrado. Hugo Duarte negou as acusações de injúria racial, mas foi preso em flagrante.

Reações e Apoio

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Bahia manifestou apoio a Suelen Santos e às jogadoras do Mulheres de Aço em nota oficial. A entidade condenou o comportamento do técnico e destacou a importância de respeito no esporte.

“Além do comportamento machista e misógino contra as jogadoras do time baiano, o técnico, ao proferir injúrias racistas na tentativa de depreciar a honra da jogadora, demonstra seu total despreparo para exercer um cargo que deve primar pelo respeito à função social do esporte e à coletividade. O futebol feminino é um espaço de empoderamento e fortalecimento da pluralidade e diversidade de todas as mulheres, e não pode admitir atitudes racistas e machistas, principalmente quando tomadas por pessoas que deveriam ser exemplo na luta contra o preconceito.”

Na noite de segunda-feira (8), os clubes Bahia e JC Futebol Clube também repudiaram o ocorrido por meio de notas oficiais nas redes sociais. No dia seguinte, Suelen Santos usou suas redes sociais para se manifestar sobre o episódio.

“A Constituição Brasileira delineia o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discriminação de etnia e raça”, defendeu a atleta. “A naturalização que foi proferida mais de uma vez pela expressão racista ‘macaca’ tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racismo.”

Próximos Passos

O caso continua sendo investigado e as medidas judiciais estão sendo acompanhadas de perto para garantir que os responsáveis sejam devidamente punidos. O episódio destaca a importância de combater o racismo e promover a igualdade no esporte e em todos os setores da sociedade.

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