Garantido exalta povos originários, e Caprichoso destaca retomada ancestral na 1ª noite do Festival de Parintins de 2025

O Bumbódromo de Parintins viveu, nesta sexta-feira (27), o primeiro de seus três dias mais aguardados do ano. A abertura da 58ª edição do Festival Folclórico movimentou a Ilha Tupinambarana com um espetáculo grandioso dos dois bumbás.

O Boi Garantido exaltou os povos originários e a diversidade étnica e cultural da Amazônia. Já o Boi Caprichoso levou à arena a defesa da retomada de culturas ancestrais e populares, em uma apresentação marcada por força, identidade e arte.

Realizado tradicionalmente no último fim de semana de junho, o festival segue até domingo (29). Com milhares de torcedores apaixonados, Parintins espera receber um público de cerca de 120 mil pessoas em 2025.

Garantido

Quem foi o responsável por abrir a edição de 2025 do festival, foi o boi Garantido. Diretamente da arquibancada vermelha e branca, Israel Paulain surgiu e puxou a tradicional contagem encarnada e levou o público ao delírio logo nos primeiros minutos da apresentação.

O Boi Garantido surgiu em uma imponente serpente gigante. A cena marcou a evolução do bumbá, item de número 10 do espetáculo.

Na sequência, a vaqueirada também entrou em cena, reforçando o espetáculo visual da apresentação.

Garantido surge em serpente gigante e levanta a galera na estreia em Parintins — Foto: Patrick Marques, g1 AM

Após descer da grande serpente, o boi vermelho e branco foi saudado com entusiasmo pela galera encarnada e evoluiu diante dos jurados.

Jeveny Mendonça fez sua estreia como porta-estandarte do Boi Garantido. Pela primeira vez, ela entrou na arena para defender o pavilhão encarnado, item de número 5 da disputa.

Jeveny surgiu de uma alegoria gigante, encantou o público com leveza e evoluiu com elegância diante dos jurados.

Porta-estandarte do Garantido, Jeveny Mendonça, durante ensaio técnico. — Foto: Matheus Castro/Rede Amazônica

A ex-BBB e cunhã-poranga do Boi Garantido, Isabelle Nogueira, se transformou em uma onça durante sua evolução na primeira noite do festival.

A cena fez parte da encenação da lenda indígena Tapyra’yawara, figura mítica presente nas cosmologias de diversos povos originários da Amazônia.

O Boi Garantido também prestou uma homenagem à advogada Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar brasileira.

Alegoria destaca quilombolas da Baixa da Xanda e religiões afro-brasileiras — Foto: Matheus Castro, g1 AM

Caprichoso

O Boi Caprichoso surgiu do alto na abertura da primeira noite do 58º Festival de Parintins. Içados por um guindaste ao lado do boi, o levantador de toadas Patrick Araújo e o apresentador Edmundo Oram fizeram parte do impacto visual da chegada azulada.

Caprichoso faz entrada aérea e marca primeira noite do Festival de Parintins 2025 — Foto: Daniel Landazuri, g1 AM

O levantador de toadas do Boi Caprichoso, Patrick Araújo, manteve a tradição de se apresentar descalço no Bumbódromo durante a primeira noite.

O amo do Boi Caprichoso, Caetano Medeiros, fez sua estreia à frente da vaqueirada azulada. No auto do Boi, o amo é o versador e proprietário da fazenda — ou seja, o verdadeiro dono do boi.

No auto do Boi, o amo é o versador e proprietário da fazenda — ou seja, o verdadeiro dono do boi.

Caetano Medeiros estreia como amo no Festival de Parintins 2025 — Foto: Patrick Marques, g1 AM

A cunhã-poranga do Boi Caprichoso, Marciele Albuquerque, se transformou em um gavião durante sua apresentação na primeira noite.

Marciele iniciou sua performance sobre uma imponente alegoria de mais de 30 metros e, ao chegar ao chão do Bumbódromo, evoluiu ao lado do pajé Erik Beltrão, imergindo o público na espiritualidade da apresentação.

Cunhã-poranga do Caprichoso ganha vida e vira gavião na primeira noite do festival — Foto: Patrick Marques, g1 AM

O Boi Caprichoso fez um forte apelo pela demarcação da terra indígena Tupinambá durante sua apresentação na primeira noite.

O ato contou com a participação do pajé Erik Beltrão, da cunhã-poranga Marciele Albuquerque e de representantes dos povos originários, que levaram à arena a luta ancestral por território, além do Manto Tupinambá do Século 21.

Faixas com frases como “Nossa retomada é ancestral” marcaram o ato político na arena — Foto: Matheus Castro, g1 AM

Fonte: g1 AM