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Onda de calor na Europa já deixa ao menos oito mortos; escolas fecham e Torre Eiffel é interditada

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) classificou o fenômeno como um “assassino silencioso”, e afirmou que o calor intenso está se tornando mais frequente e severo devido às mudanças climáticas causadas por atividades humanas.

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Onda de calor na Alemanha — Foto: REUTERS/Lisi Niesner

Pelo menos oito pessoas já morreram na Europa em decorrência da onda de calor que atinge o continente. As temperaturas extremas provocaram o fechamento de escolas, o cancelamento de atividades ao ar livre e a suspensão da visitação ao topo da Torre Eiffel, em Paris.

Ao menos 300 pessoas foram atendidas com insolação na França, sendo que duas morreram –incluindo uma menina de dez anos. Mortes pelo calor também foram registradas na Turquia e na Itália.

Na Alemanha, as altas temperaturas avançaram para o leste do continente e fizeram os termômetros de Berlim se aproximarem dos 39°C — mais de 15°C acima da média histórica. O país decretou “hitzefrei” em algumas regiões, medida que libera os alunos de frequentarem as aulas em dias de calor extremo.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) classificou o fenômeno como um “assassino silencioso”, e afirmou que o calor intenso está se tornando mais frequente e severo devido às mudanças climáticas causadas por atividades humanas.

“É algo com o qual temos que aprender a conviver”, disse Clare Nullis, porta-voz da OMM.

Na Espanha, além do calor extremo — com registros de até 46°C em Huelva — o país enfrenta incêndios florestais. Ao menos duas pessoas morreram em decorrência do fogo em Lérida, na Catalunha. O incênio forçou o confinamento de 14 mil pessoas. Uma criança de dois anos também morreu após ser deixada por horas dentro de um carro estacionado sob o sol, em Tarragona.

Em Portugal, a cidade de Mora bateu o recorde nacional para o mês de junho, com 46,6°C. A região do Alentejo seguia nesta terça-feira (2) com previsão de até 40°C. A população tem enfrentado dificuldades para lidar com o calor intenso.

A França registrou o mês de junho mais quente desde o início dos registros meteorológicos, em 1900. Em Paris, os termômetros chegaram a 42°C, e nesta terça-feira (2), apesar de uma leve queda, a temperatura ainda se mantinha em 36°C — considerada alta para os padrões locais. Mais de 2,2 mil escolas foram fechadas no país.

“Estamos passando muito mal, principalmente à noite”, relatou Loli López, de 81 anos, moradora de Sevilha, na Espanha.

Autoridades locais ativaram protocolos de emergência em várias cidades. Em Barcelona, medidas incluem distribuição de água para pessoas em situação de rua e envio de alertas por SMS com orientações de proteção.

Espanha vive tempo quente e seco — Foto: REUTERS/Claudia Greco

Espanha vive tempo quente e seco — Foto: REUTERS/Claudia Greco

A chefe da União Europeia para a Transição Energética afirmou que a resposta política à emergência climática ainda é insuficiente. Segundo ela, a “covardia política” está impedindo avanços significativos no enfrentamento dos efeitos do aquecimento global.

A cientista Samantha Burgess, do observatório Copernicus, destacou que o episódio atual é semelhante às ondas de calor registradas em 2003 e 2022, que provocaram dezenas de milhares de mortes prematuras. Ela alerta que os impactos da onda atual só poderão ser plenamente avaliados nos próximos meses.

Enquanto isso, a recomendação de autoridades e especialistas é manter-se hidratado, evitar exposição direta ao sol e seguir medidas preventivas para reduzir os riscos à saúde — especialmente entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas.

Incêndios descontrolados devastam pastagens na região de Segarra, na província rural de Lérida, Catalunha — Foto: AP/ Agents Rurals de Catalunya, HO

Incêndios descontrolados devastam pastagens na região de Segarra, na província rural de Lérida, Catalunha — Foto: AP/ Agents Rurals de Catalunya, HO

“Incêndios não são mais como antes”

O incêndio na Catalunha, nesta terça, gerou uma coluna de fumaça que alcançou 14 mil metros de altitude e destruiu 6.500 hectares de plantações de grãos e cereais, além de pelo menos três casas rurais.

Mais de 500 bombeiros atuaram na contenção do fogo, que só foi controlado após uma tempestade ajudar a estabilizar a situação.

“Incêndios como esse não são mais como antes. Desde o início ficou claro que estava fora da capacidade de extinção”, disse Salvador Illa, presidente regional da Catalunha.

Segundo ele, nem mesmo o dobro ou o triplo do efetivo teria sido suficiente para conter o fogo sem a ajuda da chuva.

A região deve enfrentar novos desafios nos próximos dias, com a previsão de temperaturas próximas dos 39°C nesta quarta-feira (2). Especialistas e autoridades continuam em alerta para os efeitos da onda de calor, que já resultou em recordes históricos de temperatura em diversos países europeus.

*Com informações da AP e da AFP.

Fonte: g1

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