POLÍTICA
Imunidade de rebanho adotada por Wilson Lima levou Manaus ao colapso, afirma reportagem
Em reportagem do jornal Folha de São Paulo, o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho (sem partido), afirmou que a política de imunidade de rebanho adotada por Wilson Lima (PSC), transformou Manaus em um laboratório gerador da nova cepa de Covid-19, que matou milhares de pessoas.
Rompido com Lima há um ano, Carlos Almeida afirma que o ex-aliado levou ao Estado a política de imunidade de rebanho, segundo a qual a contaminação generalizada evitaria medidas ruins para economia.
Segundo a reportagem do jornal Folha de São Paulo, o comportamento de Carlos Almeida sempre foi de gestor, ele não concordava com nenhuma medida de irregularidade do governador. No momento que tomou ciência das denúncias, por causa da compra dos respiradores, a posição dele foi de não estar mais junto no governo do Estado.
“Quando houve envolvimento do governador na operação [da Polícia Federal], a estratégia foi mostrar alinhamento [com Bolsonaro]. Uma coisa era clara, a política era de afirmar que se tinha uma imunidade de rebanho. O que acabou acontecendo foi um laboratório, a P1 encontrou ambiente adequado. Porque as políticas de saúde naquele momento poderiam implicar em enfrentamento às políticas do governo federal, e poderia enfraquecer o governador mediante a exposição criminal.” diz Carlos Almeida.
A P1 foi gestada entre outubro de novembro, quando se cobrava do governador medidas de contenção.
Almeida Filho afirma na reportagem do jornal Folha de São Paulo, que a crise de oxigênio do início do ano foi de responsabilidade de Lima, que só acionou o governo federal quando o cenário já era de “terra arrasada”. Carlos Almeida afirma que a empresa White Martins avisou com antecedência sobre o “estouro” no abastecimento do insumo para tratar pacientes.
Carlos Almeida afirma na reportagem do jornal Folha de São Paulo, que Wilson Lima não acionou o governo antes porque não queria demonstrar que havia má administração, que ficou patente na investigação sobre a compra de respiradores, por exemplo.
Acusação de organização criminosa pela PGR
Segundo a Reportagem do jornal Folha de São Paulo, A PF, em 448 páginas, analisou a conduta de Carlos Almeida, e concluiu que ele não era responsável pelos atos que foram praticados. “O MPF poderia ter discordado da PF se tivesse feito uma investigação paralela e, para fazer, teria que ser autorizada. E, também, se tivesse explicado a discordância em relação à PF. A denúncia usa trechos que excluem minha responsabilidade”, afirma Carlos Almeida.
Fonte: D24am