POLÍTICA
Empresa alvo da CPI da Saúde fatura R$ 21 milhões no Amazonas
Empresa apontada por suspeita de irregularidades na gestão da Saúde do Amazonas durante investigação na CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado (ALE) já faturou, apenas neste ano, R$ 4,1 milhões em contratos com o Governo do Amazonas. Os dados são do Portal da Transparência do Estado.
Os dados são ainda maiores se considerados quanto a Prime Serviços, Conservação, Limpeza e Apoio Administrativo recebeu desde o início da gestão Wilson Lima: R$ 21,4 milhões nestes quase dois anos e meio do atual governo. O ano mais lucrativo foi 2020, quando a Prime recebeu pagamentos que totalizam R$ 9,589 milhões; em 2019, a empresa recebeu R$ 7,735 milhões.
A empresa tem contrato com Hospital de Isolamento Chapot Prevost; Maternidade Balbina Mestrinho; Hospital Geral Dr. Geraldo da Rocha; Secretaria de Estado de Saúde; Serviço de Pronto Atendimento e Hospital Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo; Instituto de Saúde da Criança do Amazonas; e Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado.
Chama atenção os pagamentos que a Prime recebeu sem formalização de contrato. Levantamento da coluna do jornalista Alex Braga revela que a Prime presta serviços ao Hospital Francisca Mendes desde o ano passado, através de dispensa de licitação.
Somando os valores recebidos em 2020 e neste ano, “a empresa possui empenhado com o governo do Amazonas mais de R$ 3 milhões, deste montante, já recebeu em caixa mais de R$ 2,7 milhões”, de acordo com o colunista.
Comissão
As polêmicas envolvendo a empresa não são novidades e ganharam holofotes em agosto do ano passado, quando o proprietário da Prime, Rafael Silveira, ex-sócio do empresário Sérgio Chalub nas empresas Líder Serviços e Petro Serviços (atual Prime) falou sobre sua sociedade com o empresário Chalub.
Na época, o deputado estadual Wilker Barreto afirmou que a Prime Serviços é investigada por prestar serviço no governo com atestado de capacidade técnica falso.
No relatório final da CPI da ALE, a empresa Prime Serviços foi indiciada por improbidade administrativa.
No depoimento, o empresário afirmou desconhecer informações sobre alguns pontos da empresa e afirmar que seu ex-sócio, Sérgio Chalub, era quem assinava as documentações da empresa, Barreto afirmou que o desconhecimento de Rafael custou quase R$ 2,5 milhões ao Estado em transferências e movimentações suspeitas feitas pela empresa.
Durante oitiva, Rafael explicou que foi sócio da Petro Serviços (atual Prime) juntamente com Sérgio Chalub até 24 de junho de 2019, quando encerraram a parceria após divergências.
Depois desta data, o depoente mudou o nome da empresa para Prime Serviços e realizou análises de movimentações financeiras, quando constatou que Chalub movimentou, entre janeiro de 2018 a maio de 2019, R$ 2.431.707 milhões da conta da Petro, em retiradas de dinheiro em espécie e transferências para sua conta pessoal e para a Líder Serviços.
Fonte: D24am