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Sem rampas para passarelas, carregadores trabalham em meio à água no Centro de Manaus

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Aquela que já é considerada asegunda maior cheia do Amazonas mudou a rotinade diversos trabalhadores, especialmente feirantes e carregadores no Centro de Manaus. Eles precisam levar o sustento para as suas famílias e ‘pilotando’ carrinhos de madeira ou de ferro atravessam as águas para fazer o transporte de variadas cargas.

A tarefa é difícil. Nesta terça-feira (25), o nível do Rio Negro alcança 29,91 metros – a poucos centímetros do recorde batido em 2012 de 29,97 metros 

Alguns transportam e vendem alimentos. Outros, usam os carrinhos para carregar bagagens e objetos pessoais de quem passa pelo local, onde diversas realidades se misturam, enquanto a população aproveita o cenário para registrar a cheia em fotos e vídeos, uma verdadeira ‘atração turística’.

Apesar de passarelas e caminhos terem sido construídos ao redor da área central, não há rampa de acesso, apenas escadas, impossibilitando a travessia com os carrinhos. No local, o suor do trabalho se mistura com as águas turvas do rio.

A feirante Francisca Juraci, de 63 anos, é uma das trabalhadoras que tiveram a rotina modificada com a subida dos rios. Ela vende frutas e verduras em uma feira perto da Praça da Matriz, mas para atender à demanda da população precisa manter o box onde trabalha abastecido. Para manter o estoque, necessita ir e voltar várias vezes do Porto de Manaus, onde compra esses produtos.

Foto: Rebeca Beatriz/ G1-AM

Francisca contou ao G1 que por conta da cheia, não tem outro jeito de fazer o caminho sem passar por dentro das águas que transbordam ao redor, apesar das passarelas. Não há rampas de acesso.

“Não tem como passar por cima da passarela com o carrinho lotado de produtos. Eu preciso mesmo entrar no meio da água, e faço esse caminho várias vezes ao dia, desde quando chego aqui, às 7h, até a hora de ir embora, às 21h”, contou.

A carregadora disse que a rotina é difícil, mas pagar as contas em dia é o que motiva. Ela veio do município de Anori, distante 194 quilômetros de Manaus, em busca de uma vida melhor. Ainda não é a vida que Francisca queria, mas segundo ela, não tem outro jeito, por não ter terminado os estudos.

Fonte: G1

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Mantido por Jhony Souza