AMAZONAS
Cercados por água e lixo, moradores reclamam da dificuldade para sair de casa no Centro de Manaus
Quem vive em ruas atingidas pela cheia também compartilha o medo de animais peçonhentos, especialmente cobras, além da possibilidade de cair na água insalubre do Rio Negro.
Moradores do Centro de Manaus são obrigados a driblar os desafios impostos pela subida do Rio Negro, que nesta quarta-feira (26) chega a 29,92 metros nesta que já é considerada a segunda maior cheia da história. A rotina dessas pessoas é diretamente prejudicada, pois além das dificuldades para realizar tarefas simples, como entrar e sair de casa por causa da falta de pontes, há o medo de contaminação pela água insalubre.
A dona de casa, Joelma Marques, de 32 anos, é uma das moradoras da Rua Frei dos Inocentes, no Centro. Ela sofre com a falta de estrutura do local, onde mora com o esposo e três filhos – o mais novo é uma menina recém-recém nascida de pouco mais de 20 dias.
Além de permanecer em casa, porque a vizinhança já está tomada pelas águas, ela também relata o temor de ser picada por animais peçonhentos que habitam o rio. E quando anoitece, a situação fica ainda mais dramática:
“Sou eu quem cuida dos meus filhos, então é muito difícil sair com eles e principalmente com a bebê. É uma situação bastante complicada. O único que sai é o meu marido, porque precisa trabalhar. Mas fico muito preocupada, porque ele se expõe a isso. Não dá pra saber se tem cobra, jacaré, rato, e certamente tem”, disse.
As famílias ouvidas pelo G1 contaram que já fizeram o cadastro junto à prefeitura para receber o Auxílio Enchente, que ainda não tem data para começar a ser pago, segundo a prefeitura.
Em nota, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), da Casa Militar, informou que já foi feito o cadastro de mais de 3 mil famílias na área urbana e rural para receberem o Auxílio Moradia, no valor de R$ 300, por três meses, e Auxílio Enchente, que completará a ajuda com mais R$ 200, durante dois meses. A previsão é chegar a 5 mil cadastros.
Fonte: G1