AMAZONAS
Profissionais da educação prometem diálogo com governo, mas greve está mantida

A base governista da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) vai intermediar um diálogo entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) e a Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc-AM). A decisão ocorreu durante reunião na presidência da Casa, após milhares de profissionais da educação tomarem uma faixa da Av. Mário Ypiranga, bairro Flores, Zona Centro-Sul, em frente a ALE-AM, nesta quarta-feira (17).
Professores, pedagogos, profissionais da área administrativa pedem o reajuste da data-base da categoria e ameaçam paralisar 100% as atividades caso não haja um acordo com o governo do estado. As atividades em 42 municípios foram paralisadas parcialmente.
A sessão da ALE-AM chegou a ser aberta, mas por volta das 9h40 foi suspensa por tempo indeterminado para reunião. Quinze deputados, incluindo o presidente da Casa, Roberto Cidade (UB) e o presidente da Comissão de Educação, Cabo Maciel (PL), que justificou a falta de reajuste das datas-base a perda de R$ 1 bilhão de arrecadação do estado nos quatro primeiros meses do ano.
“O presidente [Cidade] sinalizou que conversou com o governador Wilson Lima e irá com uma comissão formada pelos lideres do governo, a comissão de educação e o próprio presidente até o palácio do governo tratar desse assunto para que amanhã com local e hora pré-definidos o presidente chamará os sindicatos para colocar junto com a equipe de governo um posicionamento do governo quanto ao movimento”, disse Cabo Maciel.
Já era prevista para esta quarta-feira uma greve da categoria após assembleia geral do Sinteam organizada na sexta-feira (12). Uma decisão liminar do desembargador Domingos Jorge Chalub Pereira, do Tribunal de Justiça do Amazonas (ALE-AM) que considerou ilegítima a decisão do sindicato. A ordem partiu de uma Ação Civil Pública (ACP) impetrada pelo Governo do Estado do Amazonas. Durante o protesto dos professores, o TJ-AM notificou o sindicato, o Sinteam vai recorrer.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas e professor de carreira, Sebastião Padilha, afirmou que mesmo com a decisão, os trabalhos estão determinados a dar continuidade a paralisação. O Sinteam vai recorrer da decisão.
Durante a manifestação, os trabalhadores pediam um diálogo com o governador e proferiam palavras de ordem contra Wilson Lima e contra a secretaria de educação do estado, Kuka Chaves. Em dado momento do protesto, três homens que estavam em um carro modelo Chevrolet Cruze, na cor preta, foram conduzidos para a 23° Distrito Integrado de Polícia (DIP) por jogaram contra a multidão de trabalhadores um artefato explosivo.
“Queremos uma resposta do governador. Temos uma comissão que há quase dois meses estuda esse repasse e esses estudos já foram repassados para o governador. A greve é o último instrumento do movimento que foi criado em janeiro e foi de agigantando por falta do mão jeito que o governador está nos tratando. Quinta feira passada foi deflagrada a greve. A gente cumpre um período de 72 horas para impactar a greve que é hoje. Esse tempo ele tem para dar uma resposta. Eles acharam por bem a justiça tornar ilegal a nossa deve porque tem uma comissão trabalhando e não dar resposta. Hoje o governador ainda pode dissolver isso aqui. Sendo que só quem pode deliberar para acabe com a greve é a categoria”, disse o diretor.
Fonte: Acritica
