MANAUS
Protesto reúne estudantes que ficaram de fora do passe livre

Estudantes ocuparam o Terminal 1, localizado no Centro de Manaus para manifestar nesta segunda-feira (22) contra o aumento da passagem de ônibus anunciado pela Prefeitura de Manaus na semana passada.
Entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (Une) e a União dos Estudantes Secundaristas do Amazonas (Uersa) defenderam a revogação do aumento e ampliação do passe livre estudantil para estudantes da instituições federais e particulares.
Com o aumento da meia passagem que subiu de R$ 1,50 para R$ 2,25 os manifestantes temem que os estudantes terem maia dificuldades para comparecer às aulas.
Para Calel Naveca, estudante do ensino médio do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e diretor da União Nacional do Estudantes (Une) afirmou mesmo antes do aumento estudantes já faziam vaquinha com ajuda de professores para bancar a passagem de ônibus.
“O impacto na família dos estudantes vai ser muito grande. Não conseguimos nem mensurar ainda. É muito duro quando vemos estudantes fazendo cotinha para inteirar R$ 1,50 que era o valor da meia antiga. Diversos estudantes fizeram cotinha professores e seus colegas”, conta.
Os manifestantes entoaram palavras de ordem contra o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) e contra o Sindicato das Empresa de Transporte Coletivo do Amazonas (Sinetram).
Na sexta-feira (19), David Almeida anunciou o aumento de R$ 3,80 para 4,50 da tarifa no transporte coletivo. O argumento para o aumento é de o sistema não atualiza o valor da passagem, há seis anos, desde 2017.
Carlos Eduardo, que faz parte da Uersa, reclamou que o passe livre estudantil não alcança todos os estudantes . Além da revogação do aumento, o estudante pede a ampliação do benefício estudantil para todos estudantes.
“O passe livre não alcança todos os estudantes de rede estadual, municipal e universitária. Pedimos essa revogação e pedimos ainda a ampliação do passe livre estudantil para todos os estudantes. Além disso, também queremos uma qualidade e segurança maior no transporte coletivo”, pede.
A estudante Adna Teixeira, 16 anos, do primeiro ano do ensino médio do campus leste do Ifam, afirma que elevação da passagem vai pesar no orçamento familiar. A estudante teme ter que perder aula por não ter condições de bancar o deslocamento.
“Eu, por exemplo, passo por isso. Às vezes a minha mãe não tem e ela fala: ‘minha filha e agora? Como que a gente vai fazer. Moro no Jorge Teixeira, tenho que acordar às 05h00 para pegar ônibus”, relatou Adna que pega dois ônibus diariamente para chegar ao campus leste do Ifam, localizado no São José.
Em Manaus, apenas estudantes da rede pública estadual e municipal são beneficiários do passe livre estudantil. Ou seja, os estudantes de instituições federais como Ifam, pagam a meia passagem.
Mesmo com o aumento de R$ 0,70, a prefeitura ainda continuará apontando o sistema com subsídio para bancar gratuidades de idosos e pessoas com deficiência, além da meia passagem estudantil.
Na segunda-feira passada (15), em sessão na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o diretor-presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (Immu), Paulo Henrique, detalhou que, no ano passado, a prefeitura injetou mensalmente R$ 33 milhões para cobrir os custos de operação do sistema de transporte. O custo médio mensal foi R$ R$ 67,5 milhões versus uma arrecadação de R$ 34,3 milhões.
“Custou por mês R$ 67 milhões e a arrecadação na catraca com venda de passagem, somando tudo, deu R$ 34 milhões apenas. Esses R$ 33 milhões é que é o subsídio da Prefeitura e do Governo do Estado”, explanou.
Ainda conforme a exposição do diretor- presidente do IMMU na CMM, para bancar o sistema a tarifa teria que ser de R$ 5,94.
Fonte: Acritica
