POLÍTICA
Dilma Rousseff relata suspeitas de espionagem durante campanha presidencial de 2022

Durante a campanha presidencial de 2022, a ex-presidente Dilma Rousseff relatou ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva episódios que levantaram suspeitas de que estaria sendo espionada. O fato ocorreu em uma noite de agosto de 2022, em Brasília, após a posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Após participar da cerimônia de posse no TSE, Dilma foi jantar com amigos em um restaurante na Asa Sul, bairro nobre da capital. Ao chegar ao local, a equipe de segurança da ex-presidente foi informada de que “seguranças do GSI” já haviam passado pelo restaurante, referindo-se ao Gabinete de Segurança Institucional. O incidente causou estranheza na equipe de segurança de Dilma, pois o local do jantar havia sido combinado por telefone horas antes, sem necessidade de envolvimento de outra equipe de segurança. Além disso, outros acontecimentos durante o jantar chamaram a atenção da ex-presidente.
Durante a refeição, Dilma observou a presença de três clientes em uma mesa próxima à sua, no mesmo andar. Mesmo em ambientes públicos, a atitude dos clientes levantou suspeitas, especialmente porque Dilma havia solicitado uma mesa no segundo andar justamente por questões de discrição.
As informações relatadas por Dilma na época ganharam relevância em meio às revelações de que o então ministro-chefe do GSI, Augusto Heleno, havia proposto a infiltração de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas presidenciais. Em um vídeo de uma reunião, Heleno mencionou a intenção de monitorar as atividades dos dois lados da disputa eleitoral.
Diante desses acontecimentos, as suspeitas de espionagem durante o período eleitoral geraram preocupações sobre a integridade do processo democrático e a privacidade dos candidatos. As revelações trouxeram à tona debates sobre a ética e legalidade das práticas de monitoramento político.
