AMAZONAS
Governo do Amazonas Declara Surto de Febre Oropouche com Mais de 1.670 Casos

Com mais de 1.670 casos de febre oropouche desde o início do ano, o governo do Amazonas declarou oficialmente um surto da doença no estado. Este número representa um aumento significativo em relação ao total de casos registrados no ano passado, que não ultrapassou mil ocorrências.
Segundo a Secretaria de Saúde do Amazonas, o aumento dos casos está acima da normalidade, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias do Ministério da Saúde.
O reconhecimento do surto, no entanto, é visto como tardio e equivocado pelo pesquisador da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana. Ele argumenta que o estado já enfrenta uma epidemia desde dezembro, com um aumento anormal de casos, especialmente na capital, Manaus.
Orellana destaca a propagação da febre oropouche também em Rondônia, onde há uma unidade da Fiocruz que apoia o trabalho de vigilância laboratorial. Ele alerta que outros estados da região norte podem estar em situação semelhante, mas os casos estão sendo subnotificados devido ao fraco desempenho das vigilâncias laboratoriais e epidemiológicas.
Apesar da preocupação com a situação, Orellana ressalta que, até o momento, não há indicação de disseminação descontrolada de casos graves da doença. No entanto, ele destaca a importância de melhorias na vigilância laboratorial e epidemiológica para lidar com a febre oropouche.
A febre oropouche é endêmica da Amazônia e tem surtos registrados no Brasil desde a década de 1970. Diferentemente da dengue, transmitida pelo Aedes Aegypti, o oropouche é transmitido pela picada do Culicoides paraenses, conhecido como maruim. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dor nas articulações, vômito e diarreia.
Recentemente, foi confirmado um caso importado de febre oropouche no estado do Rio de Janeiro, envolvendo um homem de 42 anos com histórico de viagem para o Amazonas. Até o momento, não há registros de mortes relacionadas à doença.
