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AMAZONAS

Pesquisa brasileira revela concentração baixa de fósforo no solo da Amazônia

Estudo publicado na Earth System Science Data apresenta novos mapas detalhando a distribuição do mineral na região

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Com os efeitos das mudanças climáticas cada vez mais perceptíveis no dia a dia de diversos países, incluindo o Brasil, a capacidade de resistência das florestas, especialmente as tropicais, como a Amazônia, tem sido um tema recorrente de estudos. Além de investigar diversos fatores que influenciam a resposta da vegetação ao aquecimento global, os cientistas buscam aprimorar os modelos de vegetação, ferramentas cruciais para compreender e gerir os ecossistemas, contribuindo assim para a conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento sustentável.

Uma pesquisa recentemente publicada na revista Earth System Science Data por um grupo ligado a instituições brasileiras apresentou uma abordagem inovadora nesse sentido. O estudo resultou na criação de uma série de mapas que descrevem com maior precisão a quantidade das diferentes formas químicas de fósforo no solo da Amazônia.

Esses mapas, desenvolvidos com base em uma nova metodologia fundamentada em inteligência artificial, confirmam a baixa concentração de fósforo na região. Esse cenário tem impactos significativos no ciclo de crescimento das espécies vegetais e pode, por exemplo, limitar a capacidade das árvores de reagir ao aumento do dióxido de carbono associado às mudanças climáticas.

De acordo com o pesquisador João Paulo Darela Filho, responsável pelo estudo, a nova abordagem estatística, baseada em aprendizado de máquina, permitiu a criação de mapas mais precisos, incorporando não apenas informações sobre os tipos de solo, mas também outros atributos ambientais relevantes. Esses mapas são considerados cruciais para a parametrização e avaliação de modelos de ecossistemas terrestres, fornecendo insights valiosos sobre a relação entre solo e vegetação na Amazônia.

Os resultados da pesquisa mostraram que a concentração média de fósforo total no solo da Amazônia é significativamente baixa, em comparação com a média global. Os cientistas observaram que os locais mais ricos em fósforo estão localizados na fronteira entre os Andes e a Amazônia, em contraste com os solos mais antigos das baixadas amazônicas na região leste.

Esses novos mapas representam um avanço significativo no entendimento do funcionamento dos ecossistemas amazônicos e têm o potencial de serem utilizados por outros pesquisadores para prever as respostas da região às mudanças climáticas. Essa pesquisa destaca a importância de se investir em estudos científicos para melhor compreender e proteger a maior floresta tropical do mundo, cuja resiliência está cada vez mais ameaçada pelos impactos das atividades humanas e das mudanças climáticas.

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