OMS Declara Emergência Internacional de Saúde por Mpox na África

Nesta quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o alerta sobre a mpox na África ao nível máximo de emergência em saúde pública de importância internacional. A decisão, anunciada durante coletiva de imprensa em Genebra pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reflete a preocupação com o risco de disseminação global da doença e a possibilidade de uma nova pandemia.

Tedros destacou que surtos de mpox têm sido registrados na República Democrática do Congo há mais de uma década e que as infecções têm se intensificado nos últimos anos. Em 2024, o número de casos já ultrapassa 14 mil, com 524 mortes confirmadas.

“A OMS tem trabalhado para conter os surtos de mpox na África e alertado para a gravidade da situação. Na semana passada, convoquei o comitê de emergência para avaliar a situação na República Democrática do Congo e em outros países africanos. O comitê informou hoje que a situação constitui uma emergência em saúde pública de importância internacional”, afirmou Tedros.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças africano (CDC África) já havia declarado o cenário como uma emergência em saúde pública de segurança continental, conforme anunciado pelo diretor-geral Jean Kaseya na terça-feira (13). Tedros também mencionou a rápida disseminação de uma nova variante de mpox, a qual foi identificada na República Democrática do Congo e em países vizinhos que anteriormente não haviam relatado casos da doença.

“A aceitação da recomendação do comitê foi uma decisão necessária. A detecção e disseminação rápida dessa nova variante, aliada ao potencial de expansão para outras regiões da África e além, são extremamente preocupantes”, destacou Tedros.

A OMS havia desclassificado a mpox de emergência internacional em maio de 2023, após o surto global que começou em julho de 2022. Tedros ressaltou que, apesar da mudança no status, a resposta contínua e robusta permanece essencial. “Assim como com a covid-19, o fim da emergência não significa que o trabalho acabou. A mpox continua a representar desafios significativos que precisam de uma resposta eficaz e coordenada”, afirmou na época.

A mpox é uma doença zoonótica viral que pode ser transmitida para humanos por contato com animais silvestres infectados, pessoas contaminadas e materiais contaminados. Seus sintomas incluem erupções cutâneas, linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza. As lesões podem variar de algumas a milhares e frequentemente se concentram no rosto, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas podem aparecer em qualquer parte do corpo, incluindo a boca, os olhos, os órgãos genitais e o ânus.