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Ucrânia encerra fornecimento de gás russo à Europa

Acordo expirado representava cerca de 5% do total das importações de gás da União Europeia

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Unidade de processamento de gás da Gazprom na Rússia • 1/9/2023 REUTERS/Alexander Manzyuk

A Ucrânia cumpriu a promessa de suspender o transporte de gás russo para a Europa através do seu território, depois de um acordo importante com Moscou ter expirado nesta quarta-feira (1°).

A recusa da Ucrânia em renovar o acordo de transporte foi um movimento esperado, mas simbólico, depois de quase três anos de guerra em grande escala com a Rússia, e uma vez que a Europa já reduziu drasticamente a quota de Moscou nas suas importações de gás. O Ministério da Energia da Ucrânia disse que encerrou o acordo “no interesse da segurança nacional”.

“Paramos o transporte do gás russo. Este é um acontecimento histórico”, afirmou o ministério em comunicado, acrescentando que a sua infraestrutura de transporte de gás foi preparada antes do vencimento.

No ano passado, a gigante da indústria Gazprom, propriedade do Kremlin – e que assinou o acordo de transporte com a ucraniana Naftogaz em 2019 – registrou uma perda de 6,9 ​​bilhões de dólares, a primeira em mais de 20 anos, devido à diminuição das vendas para a Europa, informou a Reuters. Isto apesar dos seus esforços para aumentar as exportações para o novo comprador, a China.

A Ucrânia enfrenta agora a perda de cerca de 800 milhões de dólares por ano em taxas de transporte da Rússia, enquanto a Gazprom perderá perto de 5 bilhões de dólares em vendas de gás, segundo a agência de notícias. Vários países europeus que ainda compram gás russo já haviam organizado rotas alternativas de abastecimento, informou.

O acordo expirado representava cerca de 5% do total das importações de gás da União Europeia, segundo o think tank Bruegel, com sede em Bruxelas, e abastecia principalmente a Áustria, a Hungria e a Eslováquia. Agora, após o fim, a Europa recebe gás da Rússia através de uma única rota: o gasoduto Turkstream, que atravessa a Turquia e segue para a Bulgária, Sérvia e Hungria, diz Bruegel.

O que isso significa para a Europa?

Antes da Rússia lançar a invasão da Ucrânia em 2022, os russos eram os maiores fornecedores de gás natural da União Europeia. O bloco reduziu a quota da Rússia nas suas importações de gás por gasoduto, de mais de 40% em 2021 para cerca de 8% em 2023, de acordo com o Conselho Europeu.

Para preencher a lacuna, a Europa importou grandes quantidades de gás natural liquefeito (GNL) — uma forma líquida e refrigerada de gás natural que pode ser transportado em navios-tanque — dos Estados Unidos e de outros países, bem como gás da Noruega. A UE também aumentou as importações de GNL russo para ajudar a aquecer as suas casas e a abastecer as suas fábricas, mas determinou um prazo para acabar com a sua dependência de todos os combustíveis fósseis russos até 2027.

Analistas disseram à CNN que os países que recebem gás russo através do acordo de transporte com a Ucrânia não correm o risco de escassez de energia e provavelmente preencheriam a lacuna importando mais GNL ou mais gás natural através de gasodutos de outros países europeus.

Fonte: CNN Brasil

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