Integrantes de facção são condenados por duplo homicídio em condomínio de Manaus

Manaus – Dois integrantes de uma facção criminosa foram condenados por homicídio duplamente qualificado em Manaus, em julgamento realizado no Tribunal do Júri da Comarca da capital amazonense, na última sexta-feira (11). Os crimes, que chocaram a cidade, ocorreram em outubro de 2023, dentro de um condomínio fechado, e foram motivados por uma disputa territorial entre grupos rivais.

Murilo Marinho de Araújo, de 21 anos, foi sentenciado a 54 anos, dois meses e 29 dias de reclusão, enquanto Miqueias Lima da Silva, também de 21 anos, recebeu pena de 27 anos, nove meses e 20 dias. Ambos cumprirão as sentenças em regime fechado, conforme determinação do juiz Fábio Lopes Alfaia, que também ordenou a execução provisória das penas. Outros dois acusados foram absolvidos por falta de provas.

Segundo investigações, as vítimas foram executadas com múltiplos disparos de arma de fogo em um contexto de rivalidade entre facções. O Ministério Público do Amazonas (MPAM), representado pelo promotor José Augusto Palheta Taveira Junior, destacou que os assassinatos foram cometidos com motivo torpe e sem chance de defesa para as vítimas, configurando a atuação de um grupo de extermínio.

“A audácia desses crimes, praticados em um espaço residencial, abalou não apenas as famílias das vítimas, mas toda a sociedade. A condenação reforça o compromisso do Ministério Público com a justiça e a defesa da vida”, declarou o promotor durante o julgamento.

Murilo Marinho de Araújo, um dos condenados, já havia sido preso em 11 de janeiro de 2024, no bairro Santo Agostinho, zona oeste de Manaus, durante a Operação Impacto, deflagrada pela Polícia Militar. Na ocasião, ele e outro comparsa, Paulo Thiago Oliveira Gonçalves, invadiram uma residência armados com fuzis e coletes balísticos, mantendo uma família em cativeiro enquanto fugiam da polícia e de rivais.

A ação policial resultou na apreensão de dois fuzis, 60 munições, carregadores, coletes e celulares. Segundo o tenente-coronel Harison Queiroz, responsável pela operação, Murilo também estava ligado a outros crimes, incluindo uma execução no bairro Compensa, onde disparos foram registrados em “comemoração” a assassinatos de desafetos.

A Operação Impacto, coordenada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), tem como objetivo reduzir os índices de criminalidade em áreas mapeadas de Manaus. A Polícia Militar reforça a importância da colaboração da população por meio de denúncias anônimas pelos números 181 ou 190.

A condenação dos réus é vista como um passo importante no combate à violência ligada ao crime organizado na capital amazonense, mas também reacende o debate sobre a necessidade de estratégias preventivas para enfrentar as disputas entre facções.

Fonte: Portal CM7