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NACIONAL

Brasil não deve e não pode abrir mão da receita do petróleo da margem equatorial, diz Adriano Pires

Ibama emitiu liberação para União explorar território em questão a partir da bacia potiguar, no arco norte do país, porém na parte mais distante da Foz do Amazonas

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O economista Adriano Pires defende que o Brasil explore o petróleo da margem equatorial do país, incluindo a Foz do Amazonas. Em entrevista à CNN, ele disse que a receita do possível petróleo da região não pode ser desperdiçada e que ela pode ser usada até para a transição energética

“O Brasil não deve e não pode abrir mão da receita do petróleo que virá da margem equatorial. De jeito nenhum. Me parece que foi inteligente da parte do governo começar pelo Rio Grande do Norte, abriu uma porta. Se vai chegar na foz do Amazonas, vamos ver. Mas, de qualquer maneira, foi inteligente porque ninguém saiu perdendo. Todo mundo parece que ganhou do seu ponto de vista, e ganha o Brasil”, afirmou.

Para Pires, não é incoerente que o país defende política ambientais e, ao mesmo, explore o petróleo na região, muito visada pelo risco de acidentes ambientais.

“O bom senso está prevalecendo. Eu sempre tenho colocado que, cada vez mais, é compatível ter política ambiental com exploração de petróleo. Não é incompatível. Inclusive, se tendo petróleo, você pode usar o dinheiro do petróleo para ajudar na transição energética e até ajudar a preservar a floresta amazônica”.

“Se o Brasil souber fazer a política correta, ele não vai ter uma imagem tão denegrida [internacionalmente] pelo fato de estar explorando a margem equatorial”, completou. “É explorar margem equatorial e fazer política ambiental, acho que temos condições de fazer as duas coisas”.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) assinou nesta segunda-feira (2) uma licença para a Petrobras explorar a região da Margem Equatorial, especificamente na bacia potiguar, mas nada ainda em relação à Foz do Amazonas.

“O governo começa por um lugar menos sensível [ambientalmente], que seria na bacia potiguar. A bacia potiguar já produz petróleo, que seria on-shore, na terra. Uma das maiores produções [de petróleo] de terra do Brasil está no Rio Grande do Norte. Então, agora, vai furar lá [off-shore, no mar]. A gente só sabe quando tem petróleo quando fura”, explica Pires.

“O objetivo é chegar no Amapá, não só, estamos falando do arco norte, que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, que é a região mais pobre do Brasil. Acho que o petróleo pode ser, sim, uma alavanca social, para geração de renda, de emprego”, disse. “Governo está acertando, o Ibama deu a licença”.

Fonte: CNN