MANAUS
Morte de indígena em Manaus exige providências e levanta questões sobre segurança e assistência

A morte de Tadeo Kulina, 34 anos, em Manaus, demanda ação firme por parte dos poderes executivo e judiciário na busca dos responsáveis e na definição de regras que garantam a segurança dos indígenas em situação de vulnerabilidade na cidade.
Tadeo acompanhava sua esposa, encaminhada à maternidade Ana Braga. Não dominava o português e estava desorientado na cidade. Na maternidade, o casal enfrentou a falta de tradutores. O Boletim de Ocorrência, registrado em 16 de fevereiro, menciona espancamento como causa da morte, deixando seu rosto desfigurado.
Líderes e membros de diferentes povos indígenas expressam revolta não apenas pelo assassinato, mas também pelos procedimentos considerados omissos desde o deslocamento do casal para Manaus até a assistência na maternidade e na elaboração do BO.
Este incidente se soma a outros casos de violência contra indígenas, como o assassinato de Humberto Peixoto em 2019. O Atlas da Violência e o Conselho Indigenista Missionário relatam um aumento nas mortes de indígenas nos últimos anos, chegando a 216 apenas em 2020.
Tadeo Kulina, que residia na aldeia Foz do Acuraua, município de Envira, é parte de uma série de questionamentos feitos por familiares e organizações indígenas sobre o acompanhamento e protocolo de atendimento a indígenas em situações similares.
Esse trágico evento reflete a forma cruel como os indígenas ainda são tratados em Manaus, a capital com a maior população indígena do Brasil, envergonhando e constrangendo os cidadãos do Amazonas.
